sexta-feira, 4 de setembro de 2009
(teus olhos vermelhos)
o cheiro da chuva no chão seco de pó.
lembranças, canelas, rapaduras, esperas, trivelas,
embaçam denso as cores que suam o ar
em fronteiras verticais
a chuva oleira tece sons
pingo por pingo d’água
no canto da coruja discreta
vizinha de janela.
dá arrepio
as portas fechadas dentro de mim
fechaduras, ferraduras, ossos presos a carne e sangue
represas de afetos, possíveis fetos
(anunciando o mundo em mim)
ciclos mensais, constâncias que distraem
odores, sabores, dores sazonais
e sem querer no meio do nada
sentir (...)
o caminho do líquido vermelho, tinta sangue,
(a desenhar desejo)
ao pintar a parede de casa
ao pingar no chão
ao sujar minha mão
enfim, ao escorrer de mim.
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eu não sonhei, sonhei.