segunda-feira, 26 de setembro de 2011



passa nanquim nas bordas
nas sobras do que disse
empresta ao silêncio a tua língua
desamparada de fetos

sábado, 24 de setembro de 2011



chá de maçã com canela
e hortelã pimenta
um círculo de flores
e uma ciclame de oferenda
tem um raio batendo
na entreaberta lua
de sorriso aflorado
amor

quinta-feira, 22 de setembro de 2011




quando dizem sobre coisas dizendo sobre coisas. não são como aqueles que dizem coisas não dizendo de nada. tiram das coisas seus objetos. dando a elas flutuação. tirando da flutuação a própria ao dizer. nem não tiram as deixam  na ausência da coisa. nem só transformam A  em B. nem só nada em nada. ou coisa em coisa ou algo em algo. Nem também somente dispersão porque senão seria tirar a coisa da coisa da dispersão para ela ser sendo uma ausência. Ou uma mancha dela própria que se enche de ausências.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

 ("pessoa invisível")

ainda bem que apesar
de todo nó de sentido

frases nas esquinas
da lógica
debruçadas nas palavras
que desconheço

tenho um cansaço
igual fosse uma canção

um chão. para poder dormir.

sábado, 17 de setembro de 2011





....
do canteiro repetido
às muitas sombras
estupro a luz
que não capto

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

 gosto da desordem de um jardim esquecido. de plantas rasteiras que crescem livres porque a chuva existe e é de todos. das sombras das flores sem nomes que os  olhos não enxergam. do carrapicho que grudou em mim e me ensinou aramaico, algo que aprendi em amor. 


(11-02-11 - esta escrevi junto com a Joyce também.)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

a rosa no canto da mesa
silencia o lugar
pra onde não te verei mais.