sábado, 31 de outubro de 2009

publicar-se.

publicam:
contos, crônicas, ideias
poesias
em lugares papéis,
editam postagens, moderam comentários
comentam os textos, literatam(-se,)
as pessoas.
nas janelas abertas para rua
há conversas longas debruçadas no dia (...)

sábado, 24 de outubro de 2009

eu não escrevo, nunca.

quero esquecer
para que nunca mais saia de mim.

quero o amanhã para
que o hoje não exista

quero o horizonte
para não mostrar nada além de mim.

quero o sentidos,
céu de nuvens brancas
para brincar de talvez.

quero o para sempre
para morrer todo dia.

quero o agora

terça-feira, 13 de outubro de 2009

colore o corpo

ressecado de vida:

distância maltrata o caminho de hoje
colorido por pés.
da angustia dos trilhos que inexistem
lembro que de tão passageiro
todo instante é interno, eterno.
sentidos expostos
a nervos sobrepostos.
sons
que gritam
amplificam a carne -
teus ruídos.
e o sangue brota vencido (,)
de força breve.
no silêncio monstro de homem esquecido no tempo.
joga as frações de horas inventadas
nos caminhos sem por quês.
que se acostumam de nós.
Prever
Ver,
o que (não) sou eu
me acalma.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Confirmado Recital.
Hoje às 20:00 'horas'
Convides retirados:
4, (...)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ele chegou todo sorridente como de costume. Fazia alguns meses que não se viam. Desde que o seu Inocêncio decidiu que ficaria mais em casa as conversas haviam diminuído e os encontros também. Sua amiga ficou muito feliz com a visita e foi logo convidando ele e sua esposa, pois sabia da paixão de Renati por piano, para um recital que aconteceria em breve na cidade. O Sr. Inocêncio puxando uma cadeira já de pronto disse que não poderiam ir. De uns tempos para cá estavam tristes, os dois, e ele queria conversar sobre algo que aconteceu no dia anterior, o que ficou claro com o tom da sua chegada. Fez as perguntas formais de sempre e começou uma conversa que aparentemente não chegaria a lugar nenhum. Contou dos filhos, netos e da sua senhora. E perguntou do filho, e de um quem sabe namorado que o mesmo torcia para que a jovem amiga encontrasse tanto que era uma pergunta freqüente. Depois falou por um tempo da política local e enfim entrou no assunto principal. Eles eram amigos há uns 5 anos, desde que dividiram a mesma sala no trabalho. As suas conversas eram prazerosas e demoradas. Começou narrando sua ida na tarde do dia anterior a um médico na policlínica. Disse que estava marcada há exatos 2 meses.
- Sabe, dona Dani, há dois meses marquei essa consulta e eu um homem de 78 anos a cada dia que passa, mais sinto, que vocês jovens tem de torcer para não viver tanto. Acompanhe meu raciocínio querida o médico fica no posto por quatro horas, durante esse período ele também atende os ‘pacientes’ do hospital, pois a cada meia hora se retira e vai à sala ao lado. Ontem de todos os que esperavam o atendimento, umas 42 pessoas, 80% eram idosos como eu. Cansado de esperar resolvi reclamar para a atendente, foi então que com um pouco de argumentação ela me contou quem eram os pacientes do hospital e que me passaria na frente dos demais por conta da minha idade. Eu disse a ela que não era necessário, considerando que a maioria ali fazia parte deste grupo, e que gostaria apenas de fazer uma reclamação. Ela sorriu e apontou o telefone da ouvidoria.
- o senhor ficou quanto tempo lá?
- Três horas.
- e quanto tempo durou a consulta?
- um minuto e trinta. Mas o médico era muito bom, tanto que acertou o remédio, disse que o mesmo agiria como um reboco, porque estou com artrose, te contei?
- Não. Me contou que dona Renati estava com artrite.
- Sabe dona Dani eu fiz os cálculos. O médico trabalha 4 horas por dia lá no postinho, se ele atender por 5 minutos cada paciente, serão em média 48 pessoas por dia. Claro que aí você tem pausas contratempos etc... Mas em média imagino que seja isso. Considerando a energia e vitalidade de um rapaz de 35 anos. Mas veja você à atendente me disse que naquele dia estavam agendadas 80 consultas. Lamentável, querida... Não sou dono da verdade. Mas não acha que algo está errado?
Percebendo os olhos do Sr. Inocêncio pela quarta vez encher de água resolveu mudar de assunto.
- Acho. Mas, mas me conta a dona Renati como está? E o piano, ainda toca?
- Não, a dona Renati, quer dizer a Renati anda sem tempo para as coisas que gosta. Além disso, ela sente dores nas mãos.
- Ah... Se quiser retiro os convites para o recital? O que acha?
- Melhor não. Bom, tenho que ir e não quero mais tomar teu tempo. Até logo, querida. Desculpe o desabafo.
- Que isso seu Inocêncio é sempre bom te ouvir falar. Semana que vem o senhor me conta aquela história de quando encontrou o Jânio quadros e de como ficaram amigos? E de como era bom ouvir o português corretíssimo dele. Ou quem sabe aquela sobre o prédio do Dops. Eu contei que conheci a neta do Abreu Sodré? Nossa seu Inocêncio ela me contou coisas interessantes sobre a ditadura e sobre as circunstâncias da morte do pai. Ela é baiana.
- Não diga!!! Nós vivemos numa ditadura travestida de democracia, querida... Então vá lá... me conte...

...Sempre depois das conversas com seu Inocêncio o silêncio tinha cor. E o ânimo tomava conta da casa.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

antes de sempre.

o som abafado da madrugada
de lua vermelha no céu


:silêncio:


de palavra
lembra
me-nos
o que não quero entender.
e deixa começos pela metade
e a sensação de fim em tudo.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

descobertas

Ontem eu estava muito cansada. Exausta eu diria. Fiz uma busca no Google sobre sindicatos e história do Brasil. Como não encontrei nada que realmente valesse a pena resolvi buscar um nome que é referência neste assunto: Maria Célia Paoli. Eis que dei de cara com um blog. No senso sociais. Bom, passei algum tempo rindo à toa. Na verdade gargalhando. Meu cansaço passou e minha energia renovou-se. Relembrei algumas coisas, fatos, pessoas, histórias, lugares que fizeram e fazem muito bem para mim. Deixo a dica. Vale uma chegada lá. No senso sociais. (http://www.nosensosociais.blogspot.com/)

As coisas continuam as mesmas desde a chuva de verão que destruiu o teto de vidro da biblioteca das sociais. E nós, alunos e professores, passamos horas retirando os livros numa brincadeira triste que parecia ação de ajuda humanitária retirando alimentos de caminhões para levar aos pobres e necessitados. Depois os meses de secagem. Todos os livros abertos e ventiladores ligados o que deixou a biblioteca fria. Nessa ocasião a graduação tinha o mesmo tom. E as aulas de etnologia indígena brasileira eram tão odiadas quanto as aulas de etnologia áfrica subsaara. E eu era freqüentadora assídua das duas tanto que virei piada. Quando perguntava: - por que não fui a esse lugar com vocês? o coro cruel de amig@s dizia: ‘ah..estava assistindo aula da Dominique, o totem do dep. de antropologia.’ Eu suspirava - Ai eu adoro a Dominique. Após leitura constatei: as professoras do dep de antropologia continuam com um gosto duvidoso para moda ‘faxion’. Os professores do dep. de política ainda são os maiores fura-greves da história acadêmica do mundo. E ainda existem disciplinas que não existem. E créditos fantasmas. Os ‘prof.dr.’ e os ‘pós-doc’ continuam odiando a graduação. A Maria Arminda, intrinsecamente falando, continua um luxo. a prof em questão era conhecida por Barbie Marx, e isso prejudicou minha formação acadêmica. como ser aluna da maior perua de sampa na disciplina mais séria e importante (para uma ultrapassada estudante de ciências socias) sociologia III - MARX - ai, contradição, pura... E o super ‘gabi cohn’ continua fazendo até eu me matricular em política clássica, eca!!!! – de hoje em diante esse é meu blog de auto-ajuda. enfim muita gente nova mas as mesmas ideias.