terça-feira, 26 de abril de 2011

de tantos plurais. margens.

hoje de tudo que quero
é só uma música
um aquele beijo
que me passou o frio
e sonos pra tantas noites
sem sonhos

domingo, 24 de abril de 2011

pra uma foto feia
um você na veia -
de pássaro, assentado
(...)

nas tuas mãos

sexta-feira, 22 de abril de 2011

 
tem por hora tudo no lugar
e o cachorro aqui
chegou por alguma vazão de tempo

ele carrega folhas de um cômodo para outro da casa
nos dentes, intactas
de um cômodo pro outro
- intactas
seus dentes são ventos
 e as folhas sentem outonos quando passam através das paredes.

domingo, 17 de abril de 2011


sala de casa.

a poesia quando
existir e tocar os olvidos
haverá silêncio por aqui

pintei o vaso da sala
que é verde-verde
mais que preto

esqueci o seu azul
verde-verde
pra te fazer em linhas
tingi de carvão

um desenho:
pra pegar o vaso azul-carvão
com as mãos.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

quando o lábio tocar o ouvido
e fizer silêncio por aqui
as palavras se abrirão
igual flor

segunda-feira, 11 de abril de 2011

desde o ano passado que queria marcar esta data no blog. hoje é aniversário do meu pai.


dele -, acordar com o barulho de alguém folheando um livro, na madrugada,
silenciosa de estudos.




um beijo,  pai!

domingo, 10 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

no cesto de palha, trançada,
ao lado da cama,
guardo

- livros, apelos, amores, sabores

guardo você,
 esquecido na luz que ultrapassa 
frestas
e desenha no chão
o movimento leve de quando  
 a cabeça se eleva
e chora o céu.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sim,
o que traduz de mim,
é um corpo de moleque,
de olhos
 de olhos tão rasos


eu de você sou capaz de ver
- o alinhavo dos fios elétricos
de tão longe a mostrar-me
o que olho todo dia e não enxergo.

na margem dos poemas que escreve –

aquilo que dizem amor.

à margem dos poemas, que não sei escrever,

o que não sabe de mim
o que bem sabe de

domingo, 3 de abril de 2011

estava pensando na matemática dos corpos
e na fusão, química, da vida, ou da morte, que isto encerra
na fragilidade das ideias que querem nos explicar
os nós em si
queria saber ler música 

(talvez pra fundir as notas nos ouvidos)

o sono que tive, me ausentou de você. embora o seu corpo pra mim não exista.

que o fazer sentido é prova, pois me engano sem medo, pra te achar, mesmo em ser

- estava pensando na matemática dos corpos
é que quero minguar você em mim
igual a lua fotografada na madrugada de sexta

é claro, impossível, tua grafia
emoldurando o que escapa
e tão óbvio: