terça-feira, 30 de março de 2010

“Morte com amor”

Ossos num abraço.
Apertados por milênios.
Encontrados por acaso.
Num lugar longe, num tempo mais ainda.
Pensamos no quanto se amam.
E no amor que viviam.
E por que estavam em ossos abraçados, por milênios, num lugar distante...
Eles poderiam estar se enforcando, não abraçados de amor, ou se enforcando de tão abraçados de amor. ou eram lutadores?, jogadores de algum tipo de futebol, eu sou.
ou quem sabe por medo abraçados de pavor. o que dá no mesmo de amor. talvez um vul cão...
Braços dados, dois lados.
E uma história que contamos. e recontamos nas provas de história.
nossa dúvida é, Eles já se amavam há cinco mil anos? E morriam assim, abraçadinhos?
Já fazíamos, amor, ai*?

(dani, a mãe coruja, pedro, o filho que estuda "estórias" enquanto a mãe lava louça)!

uma história de amor













Fim.
O sono pesou
E a mão na porta quebrou
Tantos medos
Corro
Choro
Subo escadas
Espatifo-me no chão.
Lembro,
E Espatifo no chão.
Depois deitamos e dormimos
no chão
da sala
Lendo a nossa última escolha: “Alice no país do espelho.”

sexta-feira, 26 de março de 2010

duplo.
na sala um
no quarto outro, caminhos.
dela: repulsa, medo e nojo.

dele: vazio.
concreto oco.
e áspero.
barba de espinho.
estupro de alma.

Meus olhos doem.
Por quê?
Porque acredito. Cansada, triste, minha fragilidade é...
Por medo?
Não quero te ofender. Eu sou assim... Melhor se afastar. destruo coisas.
Melhor esquecer?
Teve vergonha. E.. eu, nenhuma. depois que morri ninguém mais me matou.
tem que pensar, tem que aprender, civilizar-se...
pra morrer...

quinta-feira, 25 de março de 2010

diga o que pensa
seja, seja, seja, seja.
sinta, sinta, sinta, sinta.
o vermelho do céu escorreu com a chuva
deseja.

terça-feira, 23 de março de 2010


20 de dezembro

Querido, José, meu irmão

É com tanta saudade que te escrevo que meu peito apertado parece passarinho de asa machucada. Não sei se você chegará a ler esta carta, tanta coisa em mente, que talvez o caminho dela seja outro. chegue às mãos de sua esposa antes. E você sabe o quanto ela me odeia, e põem ódios no nosso amor fraternal. Hoje, Neste dia, tomei algumas decisões importantes para minha vida futura. Tive medo. Você sabe minha maior fraqueza é estar só. Mas é minha única chance de ser pra mim algo suficiente para me olhar no espelho. Porque de tão fraca me faço o que dos outros querem. Então a solidão me deixa com possibilidades de decidir sobre minha vida. Acertar e errar. Ontem fui ao médico. Levarei meu amor maior para fazer sessões de terapia, creio que com essa decisão minha vida irá mudar, ele se acalmará, me disse o médico, que, aliás, com só a sua presença me fez bem. Sinto falta das nossas conversas e da raiva que sentia quando você deixava-me de vendas nos olhos pra encontrar as saídas do quarto. E sumia, sem mais, e me dava a chance de por mim mesma sair. .eu sei, era só uma brincadeira, mas te digo agora choro, quando te escrevo, e tenho estas lembranças, e transbordo de entendimento, porque você foi à única pessoa que confiou em mim. Tenho ainda aqueles pensamentos vazios. Em que nada surge. Em geral os tenho na cozinha, na hora do preparo da comida, e fico preocupada porque o alimento já vem assim, predestinado, energeticamente, [à] essa sensação de morte. e de ser impossível um dia alguém me amar.
Amanhã te escrevo mais, o médico me disse para evitar coisas que me entristecem. E a lembrança de momentos felizes, de pura felicidade, me deixa triste.
Um beijo terno

Sueli.

segunda-feira, 22 de março de 2010

estrilhaçou meu quarto


comprimiu meu medo
me convidou prum salto


mortal


qual seu lado


manhãs


das janelas?


o sol escapa
às nuvens


parece deus acordando, espreguiçando


megulho minhas dúvidas na história que contou, descreio


é fácil partir, estilhaçar


janelas com sol


presas no breu (do)


quarto


num quadro.
da minha história que você contou tua.

domingo, 21 de março de 2010

Um dia faz...

“Mãe eu sonhei que viajávamos para a Espanha. No meio do caminho, no meio do caminho, você ficou muito doente, de novo, de novo, e morreu. Eu chorei, chorei. E errei o caminho, eu fui parar na Inglaterra, e lá, me desesperei porque não sabia a língua. Encontrei alguém que me ensinou. Mas mesmo assim peguei o avião errado de volta pra casa.”

A mãe sorriu. Pegou um saquinho com argila. Caminhou levando [sem palavras] o filho até a sombra de uma amoreira no fundo do quintal. Sentou na grama. E assim sentaram os dois. E o sol era de vidro. Vitral. Dividiu a argila em pedaços. A argila, as mãos, o movimento: ovinhos de páscoa.

Amor, morre aqui, nasce lá. Silêncios e palavras. Todo o santo dia.

Mãe me ensina inglês. (?),

[sorriu] agora os dois.

Eu não sei, amor. E sorrindo repetia, eu não sei, amor.

sexta-feira, 19 de março de 2010

irá à exposição?


Paula já tentou ser tudo. Bailarina, cantora, atriz, mulher de alguém, escritora. Nada deu pra ela. Tudo ficou pela metade. Sua inspiração durou segundas e terças e o resto da semana ela se ocupou da culpa pela falta de dedicação as coisas da língua. Era como se o rascunho não fosse importante. Isso. A vida dela era um rascunho de intermináveis metades. Uma vez se explicou por [uma tal] de síndrome do quase. Tomou remédios, fez terapia. Chegou-se. Mas ainda era rascunho de mais. Escondeu tudo embaixo do tapete. A sua incapacidade de ter [começo meio e fim] era suicida. Tinha pensamentos incompletos, “vou à São Paulo ver a exposição daquele pintor, o da arte pop, vou sozinha de carro. Seria fácil chegar, teria coragem. Mas também o ônibus seria interessante. Talvez convidasse uma amiga para dividir o passeio.” E quando escrevia podia os ver. Inacabados, sem relação, sem sentido. E isso era demais, então, desistiu de escrever. E retornou a...Bom e agora teria que ser alguma coisa. O que faria? Mesmo que incompleto deveria tentar algo. Talvez amar. E ter um empreguinho básico onde não exigissem tanta exposição e assim não precisasse olhar para si. O amor era uma grande ideia. Se apaixonaria por alguém, num encontro, assim, especial e esse amor seria cultivado...amar seria a saída. Gostaria mais de si caso alguém a amasse. Era isso. Estava preparada para o amor....Teria que ir buscá-lo. Ele não cairia do céu como um trovão. era necessário ficar atenta as coisas do sexo oposto e preparada para um eventual, sei lá, encontro senão ele passaria em branco rascunho. "por que você não me escreve?" há dias espero você, sua letra, para reconfortar-me. para amar-me. desejar-me. e poder olhar-me no espelho, e dizer, agora sim, sou alguém. e prometo escrever coisas lindas de amor.
releu.
nossa,! terrível este texto. eu começo outra e acabo eu. ele vai odiar. mas o silêncio é nosso. nem é capaz de compreender que tuas palavras, as últimas, foram desencadeadoras de nosso silêncio. e culpa-me pelo meu. enfim, pessoas são distância, distância? seria no plural: distâncias. pessoas são: para de afirmar tanto. é péssimo isso. escreve mais leve, como aquele "boa-noite" que filmei para você, que agora é dois, ou três. sua vida é ficção e você insiste em diálogos cheios de razão. e eu digo: "ok!"
e você, que agora é um, mas eu não sei se você existe, te misturo com outros, me diz: "você é dramática, eu dou um desconto em tudo que fala, por isso." desconte-me, e acabará com meu silêncio.
e isso é uma ameaça!

quinta-feira, 18 de março de 2010

e o capítulo ficou assim:

Catarina sorriu. Há muito tempo não sentia felicidade (.) E agora a felicidade estava ali, como uma flor de temporão que de repente desabrochou e ficou grudada na sua boca. O papel era branco e as letras pretas, mas ela via cor em tudo, ela punha cor em tudo. Antes de estar nas coisas, as cores saiam dela. Seus olhos despejavam tintas colorias em tudo que via. Seus olhos, antes apagados, rebentavam em cores, como um arco-íris, e iam encontrar nas coisas o que na verdade estava nela.

quando um menino me convidou pra escrever um livro...

Foi até o quarto. Em suas mãos (bem aqui pode escolher o que vai ser..amor)o rascunho da carta que havia enviado meses atrás (quero ver como você vai resolver isso: se você enviou a carta, como ela pode estar com você? Foi um e-mail, então tem que explicar) : o senhor me permite?: ou então, ...a carta que voltou por erro de endereço. e surpreendentemente Felipe a escreveu, respondendo algo que não leu. ERRO DO CORREIO, QUE TAL?:: SABE QUE DESCOBRIRAM A PENICILINA POR ERRO NA PESQUISA, a propósito no capítulo anterior eu disse que ela não sabia se ele existia mesmo. e você me contradisse dizendo que eles se conheciam há algum tempo. o que faremos? me responde logo estou curiosa...Uai, sô, eles se conheceram ainda meninos no colégio, mas ela nem se lembrava mais dele, ela era péssima obervadora, nem reparou naquele menino que vivia babando por ela...mas você está certa, eu estou preso aos modelos convencionais de história em que tudo tem que obedecer uma lógica, esqueci que isso aqui é um sonho. e qual será? responde homê. uai, sô, eu fico com a primeira mesmo, a do rascunho, mas é você que manda, muié. nó, nós estamos avacalhando o texto todo, vamos deixar isso? ah! gostei do seu texto o amor de que mata, eu poderia usá-lo algum dia, não tenho nada em mente, mas gostei, talvez sirva para algum trabalho. você se importa? eu falo que é de uma renomada antropóloga...

(Felipe, dani. agora ele tem blog: a aventura do pensamento.)
Era inveja. Sabe a irmã da cinderela? Uma delas. A do sapatinho de cristal que não serve, isso. !! é inveja. Assim que me sinto. o sapato não se encaixa. é pequeno pra mim. Não me serve, é pequeno pra mim. É pequeno pra mim.

quarta-feira, 17 de março de 2010

"fez-me mar"

abraço
meus traços
nos braços
teus.

eu, sonho.

(frida)




Saí com uma flor no meu peito. Alaranjada. Com pétalas de seda entrecortadas por pétalas de um tecido fino que tem um alaranjado mais claro. É uma rosa, um broche. Fiquei indecisa na frente do espelho. Resolvi pelo pingente da Frida com cordão bordo. Retornei à rosa, a Frida me deu forças. Fiz um caminho, distraída, como sempre. E me esqueci das cores em mim. As peças, calça, blusa, bem sóbrias como de costume. Vez ou outra, de relance, me via no espelho coletivo de passagem. E a cor do broche me chamava atenção. Será que sou eu? A cor nubla a minha imagem. Não, não era eu. Nas últimas comemorações, do oito de março, além das rodas de conversa, a proposta foi falar de moda, maquiagem, enfim. Reluto sobre esses itens, temas. Mas participo como qualquer outro. E confesso me faz pensar tanto mais quanto outros. A última falou da maquiagem, meu deus como é difícil permanecer atualizada nas tendências de formas e cores. E como nos inscrevemos nas escolhas delas. Pintamos nosso rosto pra guerra, e talhamos uma espera moldada. Comum. Eu não quero ressaltar nada em mim. Nem as bochechas. Nem a boca. Nem meu colo. Não quero ser de outra cor. De que forma tantas formas nos farão olhar no espelho. Enxergar. O sutiã. Ai, o sutiã, como a maquiagem é uma escolha importante dentro do quadro que estamos pintando de nós. As imagens. Nossa imagem. no lugar deles os lenços. E os lenços... Adoro lenços coloridos. Descobri que fiz uma coleção deles, e no último sábado aprendi a usá-los. Atar nós. Vocês não sabem a combinação de nós, que um lenço simples, das lojas Marisa, é capaz. Ah, os assessórios. Como mudam tudo. E dão liberdade de criação, claro que obedecendo algumas regras básicas. Eu não tenho ninguém, às vezes choro por isso, às vezes me alegro. A solidão é um espaço entre o espelho e a rosa alaranjada. As minhas miudezas. Aquilo que não transcende. Do que me ocupo pela manhã na frente do espelho. Minhas sombras. Ainda não fui capaz de escolher as cores ímpares das minhas sombras. Traçar minhas pálpebras escuras. O incompleto se ocupa de assessórios, e a minha olheira de hoje, da última noite mal dormida, se mistura com a cor marrom das minhas pálpebras. os meus olhos ardem. e o incompleto inventa assessórios para que eu possa sonhar...

terça-feira, 16 de março de 2010

o que leio



Escrevo aqui porque ontem a vontade de ler saiu comigo. Vez ou outra, durante o ano, ela aparece. E começo a terminar livros represados na minha sala. Bem lá no chão. Limpo o pó. E recomeço da onde parei no último verão Entre páginas cheias de palavras. O livro que leio agora tem páginas amareladas e capa dura azul. Comprei num sebo em porto alegre. Acabo de terminar outro da mesma autora que conta as memórias de um cão, me apaixonei por Flush. As leituras do não papel, no entanto, não me cansam. E me fazem sonhar.

pensei. Até conhecei a escrever ontem, mas às vezes as palavras são faltas, não silêncio, ausência. Então talvez ainda não as tenha em dose suficiente pra dizer o que sinto. o melhor é dizer com as que têm sentido agora. Não me libertei disso ainda. Etnografei na minha memória um sentimento do que virá, do que espero. E o que quero é não esperar, logo de manhã, na estrada, por nada. mas espero, e essa espera não tem fim. e recria a minha vida. me dá a vontade que preciso pra escrever isso.

das leituras que faço o que vejo em mim é reflexo desta insegurança. Passei os olhos em alguém sendo. E na troca observei outros, em atitudes, que me chamaram atenção. A primeira atitude -apontar o que não está de acordo, e acabar sendo, ao negar o que o outro mostra ser; Na segunda atitude - falar de si, mostrar que o que foi lido, de algum modo, está ligado com o que eu sou ou escrevi; E a terceira - compor junto com outras cores outras rimas,

segunda-feira, 15 de março de 2010

Domingo a noite diante do computador ouvindo Bob Marley. E treinando a pronúncia de palavras em inglês.

“S m i l e”, ele dizia - tenta de novo. Vai?,

ela - agora sinto você escorrendo de mim, vou ficar dias com essa sensação. E o gozo só vai me deixar em paz depois da (... ) que tudo sair pela fresta.

Ele fez cara de assombro,

“é. Nunca ouvi falar isso.

(...)

Vamos, tente – s m i l e. Não, assim não. Não com som de z. Parece sotaque de brasileiro falando inglês.”

E se irritou, num suspiro.

Ela de novo pronunciou.

"Não, poxa!!!, presta atenção na minha língua."

E fez movimentos didáticos com a língua para facilitar a saída do som.

mas, De novo ela não chegou à pronúncia.

"Você parece brasileira falando inglês."

Ela engoliu amargo. Sentiu o peito gelar, como numa derrota.

E disse: é o que eu sou.

irritado, foi embora pela fresta de uma só vez.

domingo, 14 de março de 2010

olhe:
veja com os meus olhos
Atravessados de mim
Manchados de preto,
Vazados,
às cegas.

A câmera me leva,
Entorta meu corpo,
Movimenta minhas pálpebras.

Só meus dedos me pertencem.
E desenham no meu abdômen
A sua música.

Meu olho quer
É a cor dele, seu brilho negro
de imensidão
tem fim.
é o jeito que deseja
Não estranho
Posso me enxergar.
(caminho pra bauru, uma parada na estrada, não lembro o nome)
As estradas do interior
Em paisagens uniformes no meu olhar
Cercadas de cana. borrada(s) de lama

nossa cama,
(meus ossos olham) reflexo do espelho, do olho,
De folhagens que estampam o azul do céu.

céu estampado de branco.
em Frestas De vento melado


Passam pela janela
Tudo chega sem por quê
ao meu olho..
e o cachorro branco , meu, foi jogado no lago,
enterrado
meu sonho...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Meus seios incham
Minha pele fina,
Aborto-me.
Abortei você.

abortei você.

o leite ainda molha minha blusa

faz cículos amarelados, sobra.

não morro,
morrer é um ato,
político,

pois então que eu seja.

ser é um ato.

II ato.

quinta-feira, 11 de março de 2010

o menino de óculos, pequeno, loiro, Otávio, deu voltas de braços abertos. rodopiou. gritando,: "onde está meu pai?!" onde está??!! e depois tonto, saiu cambaleando pelo caminho oposto, sorriu, mandando beijos pro céu. refez o caminho anteposto e chorou: “que saudades de você, pai.!!” que saudades...
... vi tudo da minha janela.
Meninos trabalham em fábricas.
Olham pro céu e gritam saudades com os olhos machucados nas máquinas.
Perfurados com o som estridente da produção
E envasados com o líquido do produto final.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Fragmentos de um Eclipse
Meu objetivo: vencer a gravidade. Vencer a espécie. A mesma luta pelo oposto. A fala travada. O mundo trancado. As pessoas do lado de fora. A solidão como companhia. O isolamento. A vida como eu quiser. A palavra não interrompida. A barba descuidada. O corpo tenso. A escrita sem fim. A loucura explícita. O desprezo constante. Meu mundo inexistente. A vida perdida num cigarro. Meu olhar alheio. Todos os mundos além. A leitura invariável. A vitória desdenhada. Minha caneta encantada. A língua que não se move. A embriaguez da alma. Um olhar de relance. Os códigos indecifráveis. eu me negando a levantar. Eu errado. Eu absurdo. Eu longe de tudo que é humano. Eu distante. Eu atacado. Tão distante. Eu, afim, sem fim, sem parar. Eu vômito ininterrupto. Na consciência do corpo. Descobrindo o segredo, revelando minha escrita. Enfim como meu dono. Surreal. Que algo dê certo. Escritor por azar. Aparecendo, sumindo. Sem ouvir. Sem sair, indo. Na contradição. Buscando luz. A verdade como fim, a luz como meio, a ciência como arrogância. O saber irreparável. Nada ouço, nada quero ouvir. Meu dedo sem parar. Não te amo mais. Não te amo mais. Eu acho sua voz linda. Acho-me feio. Ele não me vê, ela repete-se, repete-se, repete-se...Sem parar um instante. A todo vapor. O homem enquanto sujeito, eu sem falar. Eu destrocado. A filosofia uma bosta. A biologia legalzinha, a piscicologia metida demais para meu gosto. Eu tomado pelo gênio. O professor repete-se, repete-se, repete-se...sem fim. Eu sei o que ele fala, tão distante. O ouço dentro de mim. Mas não o vejo. As janelas estão abertas. Aristóteles era gente boa, e eu não presto. Eu só era diferente porque era igual. Eu sem meu eu. A mulher me deixou, o amor que eu achei que era da minha vida me trocou por um bossal. O que posso fazer? Só sofro. Eu não ouço nada. Estava perdido. Ele usava tênis allstar, bermuda jeans, mochila azul, camisa rocha.
Eu não paro, escrevo sem parar, a bolsa caiu, eu não vi, alguém me olhava. Não usei drogas, não usei nada. Vi tudo que era importante. Não vi besteira. Comi duas coxinhas inteirinhas, suco de laranja acho que natural. Como pode aquele cara falar tanta asneira? Sexo, sexo, sexo...só penso em sexo. Eu no corpo dela, eu encima dela, só, era tudo que eu queria. Palavras velhas, homens novos. Sermões, sermões, sermões. Eu jovem, burro. Não ouço nada. (Palavrão). (Outro). (Mais um). Vontade de beber. Eu não me conheço nem um pouco. Agora me entendo. E nada existe. As pessoas e eu, claro, estamo cegas. Edmar é gente boa. Tenho que ligar, minha mãe está esquecida. Tão longe. Tudo longe. Eu num pedestal; que me olhem, que me olhem, olhem, olhem. (Palavrão). (Palavra). O bocejo veio, fiquei idiota. O que ele tanto escreve? O que farei neste mundo cão? Quem seria eu se não fosse eu? Palavras enferrujadas, velhas, velhas, velhas...Não paro um instante. Fome, fome, fome de javalis, queijos grandes, refris, refris. Onde está Descartes no mundo Coca-Cola? Eu me importo, ora bolas. O nariz dele é imenso. Fechar a primeira gaveta. Minhas palavras perdidas em alguma cachola. Palavras, palavras. Vontade de mijar. Eu te mato! Meu corpo torceu-se: penso em Dani, vontade de dani-se. Quero dar-lhe o que ela nem precisa. Não posso amá-la sem ódio. Cruel eu sou. Sair correndo daqui, sem nunca paraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar. “Solidão ontológica”. Não posso parar, não posso parar. Que narigão o dele. Queria rir. Não faz frio (idiota). Isso pode ser um livro, eu não paro. Filosofia pra que? Matei a Jéssica, eu sozinho. Eu morrendo, a tinta que acaba. A ditadura matando. Ninguém me tocaria. Minha cabeça toda pesada. Saber-se é, isso mesmo, saber-se é, bocejo, bocejo, bocejo. Não pare! Siga” Don`t stop”! Ele acha que sabe, narigão o dele. Preciso mijar. Sair porra aí. Sem chegar a lugar algum. Qual é meu papel? Até parece que havia papel, acabou. Ele não sabe. O vento vira a folha. Há lixos, amanhã é dia 10, quarta-feira, só deus não sabe. Meu corpo vivo por si. Ouvi um voz. Eu dou show, dou um show, há uma platéia! Parei um instante. O que ele escreve? O vento vira a folha. Ninguém me virá? Não leia isso (palavrão: porra!). Me esqueça: vou me tirar da sua cabeça! (exclamação). Meu olho para baixo. Minha vida sem depósito. Minha ideia sem repouso. Não era pra ela me ver. Se ela vir não cederei, não cederei, ora bolas, sou homem com vários sacos de pipoca. (Isso não escrevo, nem tudo). Filosofia: nunca deixará de ser método. Estamos fudidos, eu, você e seu vizinho. O mundo acaba amanhã, às 18h, em Minas Gerais, num grotão. Ligue os fatos, Felipe. Saia agora. De repente, bem de repente. Eu vi: a escrita é inesgotável. Vozes na minha cabeça. Minha voz incomum. Ela não parava. E olhe que não falo nada. Neguei-me aelas. Quero uma mulher pra conversar e fazer amor, no stress. Cada um para o seu lado. Estou chato. Eu jamais olharia parara alguém, não me permito o olho. Estamos perdidos sem leis. Há coisas sobrando aqui: um braço, uma perna, dedos, dentes, olhos, orelhas, quem quer? quem vai querer? Talvez que seja hoje finalmente o dia em que tudo termine, talvez o hoje não espere o amanhã. A escrita é infinita. Será que um dia tudo sera escrito. Não vai sobrar nenhuma palavra para mim. Ela deveria me anular. O machismo está vivo. Uma mulher ferrou minha vida, femmele fatale. Ela me queria como prêmio. Isto é escrever. Isto é minha loucura. Teve um dia – Hum?. Teve um dia em que não quis dormir. Eu em transe público. Nunca ganhei. Meu prêmio vem por derrotas. Ele repete-se, repete-se, repete-se...sempre coisas antigas. As mesmas palavras em bocas diferentes. Não olhe para o que esvrevo, viadinho!As mesmas palavras em bocas diferentes. Será que ele viu? Fungindo de mim, eis a única solução, tem fé, irmão. Sou um autista. Veja meu braço cabeludo. Vou dormir encima da caneta. Não olhe para mim dessa seu lugar imundo. Agora! Tive um ataque epilético! Só ela fala! É possível o desisteresse, Dani? Não, será tão fácil assim. Era tão engraçado o jeitão dela, saias imensas, cabendo o mundo. Ela já se foi. Eu não deveria estar aqui. A palavra rodou. O capitalismo é o fim do mundo. E qual o mal disso, o mundo vai acabar, com certeza. Agora fala uma novidade. Todas as palavras dele me revelaram. Talvez que escrever seja simplesmente não pensar. Ela só busca motivos para se justificar. O que eu posso falar para alguém? Eu que não acredito em nada, me calo, meucalo. Minha palavra surgiu como que por encanto, quase descartável
F.

terça-feira, 9 de março de 2010

Meus olhos ardem
em vermelho.
Mas,
Não cometo você
Silencio as tuas palavras
e absorvo minha dúvida.
No céu lilás Um pássaro cinza dança o amanhã.

segunda-feira, 8 de março de 2010

uma questão de classe

segue, pessoas daqui e de lá, a informação da atividade que teremos nesta cidade, americana/sp, brasil.
a OAB deste lugar decidiu por bem que o assunto de relevância para advogadas, e "adjacencias", deveria passar por isso, ...... as interessadas, por favor, não esqueçam de caprichar no visú. obrigada.

****observações: [amanhã discutiremos sobre o "aborto dos outros". tema proposto, pelo conselho de direitos da mulher, pra a oab de americana, mas como vivemos num estado democrático de direto, "elas" fizeram outra opção. então fica o convite pra todos, amanhã dia 09/03 às 19 horas, na estação velha, da carioba, com tema O aborto DOS OUTROS, (o documentário no cine estação.)]

Palestra

“O QUE SUA IMAGEM DIZ SOBRE VOCÊ?
APRENDA A COMUNICAR-SE POR MEIO DELA”
“Evento realizado em comemoração ao Dia Internacional da Mulher”


Expositora
Ana Vaz
Consultora de Estilo & Imagem Pessoal, possui clientes atendidos no Brasil, Inglaterra e México – países onde viveu. Presta serviços a empresas e indivíduos, através de atendimento personalizado ou em grupo, também ministrando palestras e workshops sobre o tema. Sua formação abrangente e variada, aliada à sua vivência profissional nas áreas de comunicação e marketing em empresas de grande porte, permitem uma compreensão privilegiada das necessidades de seus clientes, estando apta a ajudá-los a obter a imagem ideal dentro e fora do ambiente de trabalho.
Data / Horário
23 de Março (terça-feira) – 19:00 horas


Local
Casa do Advogado de Americana
Rua Cristóvão Colombo, 155


Informações / Inscrições
Fone: (19) 3461.5181 – americana@oabsp.org.br
01 lata de leite em pó

Promoção
48ª Subseção de Americana
Presidente: Dr. Ricardo Galante Andreetta


Coordenação
Comissão da Mulher Advogada da 48ª Subseção de Americana
Presidente: Dra. Izabel Cristina Bento da Silva Andreetta

APÓS A PALESTRA, HAVERÁ SESSÕES DE CONSULTORIA
Estilo & Imagem Pessoal - Atendimento Individual para as 30 primeiras inscritas
Haverá sorteio de brindes
*** Vagas limitadas ***

ato

Ato hoje em Campinas da Marcha Mundial das Mulheres, as 16hs no Largo do Rosário


Leia sobre a Marcha Mundial de Mulheres:
Marcha Mundial das Mulheres em São Paulo - notícia retirada da ABI (Associação Brasileira de Impresa) em:http://www.abi.org.br/primeirapagina.asp?id=3428
Cláudia Souza5/3/2010

Nesta segunda-feira, dia 8, Dia Internacional da Mulher, terá início a Marcha Mundial das Mulheres(MMM), como parte da 3ª Ação Internacional que será realizada no Brasil até o próximo dia 18.
Ao longo de 10 dias, cerca de 3 mil mulheres de todas as regiões do País participam de caminhadas nas cidades paulistas de Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco. As delegações de 25 estados reúnem representantes de diversos movimentos sociais como MST, CUT, Contag, Consulta Popular, UNE, MAB e MMC. Entre os princípios da MMM estão a organização das mulheres urbanas e rurais a partir da base e as alianças com movimentos sociais.
Com o lema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, o movimento numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista por transformações reais para a vida das mulheres em todo o mundo.
A programação no Brasil terá início com ato público no dia 8, às 16h, no Largo do Rosário, Centro de Campinas. O evento integra a agenda de mobilização internacional que segue até o dia 17 de outubro, com atividades em 51 países, entre eles Canadá, Colômbia, França, Espanha. O encerramento será em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo.
Após a caminhada em Campinas, as mulheres participarão de debates sobre trabalho doméstico, saúde da mulher, sexualidade, economia solidária e feminista, soberania alimentar, reforma agrária e trabalho das mulheres no campo, agroecologia, biodiversidade, mudanças climáticas, políticas de erradicação da violência doméstica e sexual, tráfico de mulheres, direito ao aborto, entre outros temas.
No dia 11, em Louveira, a feminista brasileira, radicada na França, Helena Hirata, vai promover um debate sobre o trabalho das mulheres e a autonomia econômica. No dia 13, durante o ato público na cidade de Várzea, será lançado um livro sobre o histórico do dia 8 de março. Em Perus, no dia 16, a filha do revolucionário Ernesto Che Guevara, Aleida Guevara, médica cubana, ministrará palestra sobre o tema “Paz e a desmilitarização”.
Estrutura
As participantes da Marcha Mundial das Mulheres serão divididas em equipes de cozinha, limpeza, segurança, comunicação, saúde, entre outras. O transporte dos alimentos será feito por caminhões. Os alojamentos serão instalados em grandes áreas, como ginásios.
Ao longo do evento serão recolhidas doações para o Haiti.
História
A Marcha Mundial das Mulheres teve início em 8 de março de 2000, com o tema “2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista”. A mobilização internacional envolveu a participação de mais de 5 mil grupos de 159 países. Na ocasião, as militantes entregaram à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, um documento com 17 pontos de reivindicação, apoiado por cinco milhões de assinaturas.
O movimento foi inspirado no protesto realizado em 1995, no Canadá, quando 850 mulheres marcharam 200 quilômetros reivindicando “pão e rosas”.
A ação marcou a retomada das mobilizações das mulheres e deflagrou uma série de conquistas como o aumento do salário mínimo, direitos para as mulheres imigrantes e apoio à economia solidária.
A segunda ação mundial da Marcha aconteceu entre os dias 8 de março e 17 de outubro de 2005, quando foi divulgada a “Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade”, reunindo as principais reivindicações das mulheres nos âmbitos econômico, social e cultural. As participantes confeccionaram a “Colcha Mosaico Mundial de Solidariedade”, costurada com um retalho de cada país. O documento e a colcha foram apresentados em 53 países. As integrantes atuais do ataul Comitê Internacional foram escolhidas durante o 7º Encontro Internacional, em Vigo, Galícia, em outubro de 2008, com exceção das representantes da Europa, que foram escolhidas durante a reunião da Coordenação Regional Européia, em fevereiro de 2009.
O Comitê Internacional é formado por Emilia Castro (MMM Québec, pelas Américas), Gladys Alfaro (MMM México, pelas Américas), Jean Enriquez (MMM Filipinas, pelo Sudoeste da Ásia e Oceania), Michèle Spieler (MMM Suíça, pela Europa), Miriam Nobre (MMM Brasil e coordenadora do Secretariado Internacional da Marcha), Nana Aïcha Cissé (MMM Mali, pela parte francófona da África), Saleha Athar (MMM Paquistão pelo Sul da Ásia), Tereixa Dacosta (MMM Galícia, pela Europa) e Wilhelmina Trout (MMM África do Sul, pela parte anglófona da África).
No Brasil, participam Nalu Faria, da Sempreviva Organização Feminista; Conceição Dantas, do Centro Feminista 8 de março; Rosane Silva, Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT; Carmen Foro, Secretária de Mulheres da CONTAG; Bernadete Monteiro, da MMM Minas Gerais, Adriana Vieira e Tica Moreno.

Programação dos debates
08-03 Campinas
Lançamento da 3ª Ação Internacional da MMM, marcando os 100 anos da proposição do Dia Internacional de Luta das Mulheres – Largo do Rosário. Alojamento: Ginásio Rogê Ferreira - Av. João Batista Morato do Canto Bairro s/n São Bernardo
09-03 Valinhos
”Trabalho doméstico e de cuidados: um debate sobre a sustentabilidade da vida humana, seguida de debate sobre a história da Marcha Mundial das Mulheres e suas lutas”. Alojamento: Parque do Figo (Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini) Rua Dom João VI, s/nº - Jardim Planalto.
10/03 Vinhedo
“Economia Solidária e Feminista; Saúde da mulher e práticas populares de cuidado; Sexualidade, autonomia e liberdade; Educação não sexista e não racista; Mulheres negras e a luta anti-racista; Mulheres indígenas; A mídia contra-hegemônica e a luta feminista; A mercantilização do corpo e da vida das mulheres; Prostituição; Mulheres, arte e cultura”. Alojamento: Parque Jayme Ferragut - Estrada da Boiada, s/n;
11/03 Louveira
”Trabalho das mulheres e autonomia econômica”, com a presença de Helena Hirata. Alojamento: Área de Lazer do Trabalhador José Sinamore (Parque da Uva) Rodovia Romildo Prado, km 1 F: 19- 38781357
12/03 Jundiaí
”Soberania Alimentar, justiça ambiental e luta por território”. Alojamento: Centro Esportivo Arames Polli Smece – R. Dr. Benedito Godoi, 508 Jd. Xangai.
13/03 Várzea Paulista
Ato público com lançamento de livro sobre o histórico do 8 de março, debate sobre o histórico do movimento feminista e show cultural – Espaço Cidadania Alojamento: Av. Projetada - Espaço Cidadania da Prefeitura.
14/03 Cajamar
”A luta contra a violência sexista” Alojamento: Rodovia Anhanguera, Km 46,5. Caixa Postal 530.
Capital Ville Jordanésia 15/03 Jordanésia
”Maternidade como decisão e não como destino: debate sobre nossas experiências”. Alojamento: Rua Vereador Joaquim Barbosa, 827 – Cajamar
16/03 Perus
”Paz e desmilitarização — debate sobre a luta pela transformação da sociedade” com Aleida Guevara, lutadora cubana, filha de Che Guevara. Alojamento: Rod. Anhanguera, Km 25,5 s/n - São Paulo – F: 11- 3916.6200/ 3911.0191
17/03 Osasco
”Integração dos povos como alternativa e o papel do Estado”. Alojamento: Sindmetal – Rua Luiz Rink, 501 - Rochdale - Osasco - SP - Tel./Fax: 3686-7401
18/03 São Paulo
Encerramento com ato público na Praça Charles Miller Alojamento: Estádio Pacaembu – Rua Capivari, 213
A programação cultural inclui a exibição de filmes e espetáculos de música, poesia e teatro. Mais informações pelo endereço www.sof.org.br/acao2010
hoje amanheci numa fábrica de tecidos. o assunto é mesmo de alguns séculos....
trabalho decente.
a produção parou por quarenta minutos. as mulheres da produção querem falar de direitos. lá tingem tecidos. e tecem...
temos que andar na faixa branca. e as observações sobre acidentes de trabalho estão a cada centímetro. motivo - desatenção... morre-se por desatenção. por não seguir a regras aprendidas na capacitação. alívio.

domingo, 7 de março de 2010

Na verdade hoje queria escrever algo definitivo. Uma definição pra você jamais esquecer de mim. Que tenha começo e um fim. Que seja amplo. Que te dê vontade de mostrar-se por inteiro. E assim eu poder te ver. O que é ou o que te contaram pra ser. Com nome e endereço. Com seus apegos. Suas imagens, seus textos. Suas vertigens e recomeços. Ver o que acredita. Enxergar seu deus. Seus medos. Para fazer uma tese e pensar depois de dias, cansada de tantas ideias, por que você não é meu?, e não chegar a conclusão nenhuma. E fugir da verdade, e não buscar as certezas que te escondem de mim. Poder ser eu, tão eu, que assim te impediria de se aproximar, de tão perto que ficaria. E esqueceria tudo, pra chorar a falta de memória que eu te daria, ao providenciar conchas e poções que de noite te embebedariam. Na verdade era isso que queria. Te convencer a se delatar, a dizer quem é. E onde está.. só isso,
Você diz que preciso aprender escrever correto:
Sujeito verbo objeto.
Não sei.
Você diz que o amor não existe
e falar dele é passar as horas até a morte..
E quer fazer sexo em aparelhos, com pressa os meus sentidos
pra
Depois me por pra dançar no gelo.
E me faz rir, rolar de rir..
de tanto aconchego
E eu já disse que te amo,
Nada mais vai conseguir me arrancar.

sábado, 6 de março de 2010

amores de menin@s

Menino – Eu não consigo parar de pensar em você.
Menina – É. Será alguma doença nova ainda não catalogada?
Menino – Não sei. Só penso.
Menina - Ah, não se preocupe, logo catalogam, escrevem teses, e você secura.
É tão bom acordar com você na minha caixa de mensagens
Me faz sentir feliz.
E com música então...
Esta noite sonhei.
sonho os seus dedos no meu corpo
tocando minha carne viva.,
lambendo a minha ferida,
que fica em azul clarinho,
igual um sopro de vida que deixa leve meu corpo,
e lembra amor.

sexta-feira, 5 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

lá, si...

Passei o dia sem ar
Talvez ele volte amanhã
e me salve.
Hoje o frio ressecou a carne
e desenhou
abismos no meu peito.
De novo aquela friagem,
Sabe?
aquela que te falei
um dia...

para ler: a nota de um amigo.


A primeira vez que fui aa um acampamento do MST também me contaminei com as histórias de Seguras e Lucianas que até hoje me recebem de braços abertos com o cafezinho da hora e as cadeiras em círculo pra uma boa conversa aqui na região de campinas temos o assentamento de Sumaré ou o famoso horto florestal região “emprestada” para usineiros da cana que hoje tem parte organizada por famílias que produzem individual e coletivamente produtos orgânicos o maior drama segundo o Senhor Segura lider do lugar viúvo de uma mineira viu Diego? é reproduzir com os filhos este desejo de estar na terra.

segunda-feira, 1 de março de 2010

26 de junho de 1999
P., como você sabe muito bem, nunca estive em um universo familiar, sempre me senti incomodado, quando não pelas pessoas, pela força do hábito, sempre fui manco e impus-me duros cilícios. Você mesmo já me chamou de masoquista, porém, muito mais do que querer sentir a dor pela dor, quis saber qual o limite da perfeição a que se chega com a disciplina. De qualquer forma cheguei a esta cidade. Estou aqui há uma semana. E antes que você me pergunte se consegui sair de meu mundinho, digo-te que tenho conhecido muita gente. Tipos comuns, na grande maioria estudantes apressados, preocupados demais com qualquer besteira para se darem conta desse meu olhar que clama a cada instante por uma companhia, por uma presença que me entenda sem me fazer perguntas, pois jamais saberia explicar essa melancolia espalhada ao longo da minha vida. Comprei os livros que me indicastes. Sartre é mesmo fascinante, a escrita dele não esfria um único instante, mas não deixo de achar que ele sofria de um excesso de egocentrismo, é certo, todos o temos, mas acho que ele nunca se deu conta de que não era o centro do mundo. Também comprei aquele livro do Drumond, e todos os dias, antes de dormir, abro numa página ao acaso e deixo que ele me sopre algo bonito no ouvido, e que mais tarde embarque em sonhos drumondianos. O frio chegou hoje, mal educado, não pediu licença e espalhou-se por todos os cantos. Imagino que aí esteja quente, e isso me incomoda(da), pois te imagino longe desses prazeres que casacos e cobertas nos oferecem nas noites de inverno. O apartamento é simples, pequeno, parece ter sido projetado por chineses, tudo é prático, rápido e dobrável. Quando você vier aqui, farei um truque de mágica: desaparecerei com uma cama na sua frente, num piscar de olhos. Sinto-me envelhecendo, sou capaz de notar as sutis alterações da minha pele, cada vez mais opaca, carente do brilho da juventude, transformando-se pouco a pouco numa coisa bolorenta. Você vai me argumentar de que eu só tenho 30 anos, e que estou na minha melhor forma. E eu te digo: tudo no mundo é velho. Você me entende, P.?
(felipe)