domingo, 14 de junho de 2009

amor aos pedaços


Porque deus é cínico - e nos inventa para sofrer - com as dores que nós inventamos - porque não temos medo - reinventamos a miséria e reproduzimos o frio - lemos os receios - traduzimos as dores - para no final pedirmos perdão por nossas dúvidas - as mesmas que nos fazem humanos....
...eu vi seus olhos essa noite - de repente apareceu em um repente - me arrependi de não poder te olhar mais - As nuvens carregadas seriam mais doces se estivesse aqui - e o amor uma brincadeira de criança e o sisudo deus - um feirante alegre....que antes se ocupa em ser feliz - depois em contar as moedas.... sem estar esteve essa noite - e seus olhos me aqueceram - no amor de gente - como bicho sente - quando geme - de dor latente... incoerente minha 'mente' - que sente - pedia mais.
em diálogo...
"Mea culpa"
As letras agrupadas num curto espaço do papel, acirradas e sem formar qualquer imagem concreta sugeriam o caos em busca da ordem. Como se o nirvana fosse o oposto do inferno. Não que se conseguisse chegar a um sem passar pelo outro. O fato é que ambos coexistiam, sem que isso fosse importante para a conclusão daquele contraditório pensamento.
O abrigo foi desejado sem que fosse o objetivo. O objetivo foi alcançado sem que fosse procurado. Talvez se procurasse o abrigo sem desejar o objetivo: estático. Não houve ação. Foi solene.
Cogitou-se a transferência da culpa, o encontro das palavras. Mas a ordem, ou sua falta, as deixaram encolhidas, tímidas, intransferíveis: as palavras, não a culpa. Se desencontrou a culpa e se transferiram as palavras: sou cínico !
Foi neste instante se ouviu a voz de Paulo, não a de Renato: “O amor é sofredor”*. Amas ? Sofres ! “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”*. Palavras encontradas na feira ou naquilo que sobrou dela, pois o resto sempre é desprezado. Daí a infelicidade daquele que nos ofereceu tal alimento, “pois o amor não folga com a injustiça, mas folga com a verdade”*.
Eis a mea culpa: “O amor nunca falha”*
* 1 Cor 13, 4-8
Caio S,

Um comentário:

eu não sonhei, sonhei.