segunda-feira, 8 de junho de 2009

abrigo

Zé mudo achado em rodovia vazia perdido sem nome sem história sem nada... ânimos andante. Morador do cam campo de concentração dos excluídos mortos migrantes loucos andantes dos sem família dos sem emprego dos que apanham da família dos sem. Zé mudo surdo e débil espera para existir - há cinco anos – alguém irá inventá-lo um dia. José de ninguém nem dele. A ele não bastou olhar nos meus olhos a suave mão tocou-me e insistente quis borrar minhas pálpebras. Desenhar algo em mim da sua história. Fechei os olhos (...) ele não queria que eu visse - o invisível – nem a mais ninguém. Aquém e além de mim obedeci. Obrigada, Zé alguém, por cuidar de mim.

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eu não sonhei, sonhei.