sexta-feira, 19 de março de 2010

irá à exposição?


Paula já tentou ser tudo. Bailarina, cantora, atriz, mulher de alguém, escritora. Nada deu pra ela. Tudo ficou pela metade. Sua inspiração durou segundas e terças e o resto da semana ela se ocupou da culpa pela falta de dedicação as coisas da língua. Era como se o rascunho não fosse importante. Isso. A vida dela era um rascunho de intermináveis metades. Uma vez se explicou por [uma tal] de síndrome do quase. Tomou remédios, fez terapia. Chegou-se. Mas ainda era rascunho de mais. Escondeu tudo embaixo do tapete. A sua incapacidade de ter [começo meio e fim] era suicida. Tinha pensamentos incompletos, “vou à São Paulo ver a exposição daquele pintor, o da arte pop, vou sozinha de carro. Seria fácil chegar, teria coragem. Mas também o ônibus seria interessante. Talvez convidasse uma amiga para dividir o passeio.” E quando escrevia podia os ver. Inacabados, sem relação, sem sentido. E isso era demais, então, desistiu de escrever. E retornou a...Bom e agora teria que ser alguma coisa. O que faria? Mesmo que incompleto deveria tentar algo. Talvez amar. E ter um empreguinho básico onde não exigissem tanta exposição e assim não precisasse olhar para si. O amor era uma grande ideia. Se apaixonaria por alguém, num encontro, assim, especial e esse amor seria cultivado...amar seria a saída. Gostaria mais de si caso alguém a amasse. Era isso. Estava preparada para o amor....Teria que ir buscá-lo. Ele não cairia do céu como um trovão. era necessário ficar atenta as coisas do sexo oposto e preparada para um eventual, sei lá, encontro senão ele passaria em branco rascunho. "por que você não me escreve?" há dias espero você, sua letra, para reconfortar-me. para amar-me. desejar-me. e poder olhar-me no espelho, e dizer, agora sim, sou alguém. e prometo escrever coisas lindas de amor.
releu.
nossa,! terrível este texto. eu começo outra e acabo eu. ele vai odiar. mas o silêncio é nosso. nem é capaz de compreender que tuas palavras, as últimas, foram desencadeadoras de nosso silêncio. e culpa-me pelo meu. enfim, pessoas são distância, distância? seria no plural: distâncias. pessoas são: para de afirmar tanto. é péssimo isso. escreve mais leve, como aquele "boa-noite" que filmei para você, que agora é dois, ou três. sua vida é ficção e você insiste em diálogos cheios de razão. e eu digo: "ok!"
e você, que agora é um, mas eu não sei se você existe, te misturo com outros, me diz: "você é dramática, eu dou um desconto em tudo que fala, por isso." desconte-me, e acabará com meu silêncio.
e isso é uma ameaça!

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eu não sonhei, sonhei.