sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cenas vermelhas:



E aí eu encontrava o Mário. No fim da festa. Cansada. Depois da dança. Depois da conversa. Depois da bebida. Depois de depois. E ele me agarrava sem vergonha no canto do salão. Era silêncio porque não havia o que falar. Era vontade porque o movimento lembrava os braços. Um ar fresco ressentia a pele. Depois nos esquecíamos. e...Tudo era igual à antes.


Eu não sou mulher objeto.
Não?
Sou mulher matéria-prima.
Inspiração?
Não. Matéria-prima.

Então. Perguntou pro açougueiro, - qual a carne que pode substituir a costela de boi na “vaca atolada”?
- não sei. Não estranhou o desconhecimento agorinha pouco ele queria vender costelinha de porco pro prato.
Mais um segundo o outro entrou na conversa. [Sempre observou os olhares deste homem.]
Puxou um papo. Citou uma ou duas partes do boi.
- Deixa pra lá não é nenhuma delas. – desanimada.
E ele, - não! Agora fiquei curioso. Me passa teu telefone!?!?quanto lembrar me liga...
- ponta-de-peito!, Lembrou-se.
Nossa, o sorriso dele foi só decepção.
Depois....
Dela um jeito diferente de cozinhar só com sal marinho e ervas. Dele uma paixão pelo tempero daquelas mãos.

-E foram felizes pra sempre.


Histórias:
- de santo de ponta cabeça.
- Mergulhados em copo d’ água.
- Precisamente afogados.

E a lagoa com suas bruxas. Mulheres que se reúnem a luz da lua e roubam barcos de pescadores peladas. E também a cabeça deles. E riem alto. E entram pela fechadura das casas sem serem convidadas.

Histórias de amores que não tem fim
tem fim.

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eu não sonhei, sonhei.