quarta-feira, 26 de maio de 2010

uma sensação
de contar os minutos
de medir os palmos de céu,
(de cortar as linhas,
e esvaziar-se de baratas)
uma vontade de correr pra porta da fábrica
e me abrigar no sereno
passar noites em vigília
de algum nosso medo de perder
qualquer coisinha aqui
que aprendemos a valer
- contas que inventamos pra ocupar as noites de sereno (no calor.)
- aquele olhar, daquele homem do sul,
algo existe, algum caminho a seguir
sem viés.
e o homem cobra com seu olhar medotauro - cobra: lealdade com os olhos
frágeis de ave de rapina
sem cruz.
como esperança
daquela febre que não vem.
e por certo passará sem nos deixar nem ao menos mortos.
uma vontade de abandonar tudo na estrada
de descaber no mundo
que em meadas conduz
( forja da luta)- que fuga sem luta- que me enforca de tanta certeza,
porque faço questão de tudo enfim.
um tudo sempre
de uma palavra (silêncio)
que não quero que exista
de uma noite que começa agora
nas costas encravadas em algum objeto macio.

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eu não sonhei, sonhei.