sexta-feira, 30 de abril de 2010

noite

Demora noite pra passar
- O dia é adepto dos esconderijos
Cantos escuros
Em meio ao céu claro

A noite revela:
Os desperdícios;
A sobra que não ajoelha em regras;
As rezas que escondem no breu meu choro;
A crença no impossível
Que a luz do dia nos rouba com seus soldados
Purificados e hierarquizados
Pronto para fingir um lindo sol

Nas certezas preparadas pra gritar:
“eu vou mostrar qual o seu lugar”
com dedos apontados, em mãos que aperto na marra, e;
- mostram-me o punhal
Não sem antes me chamar de escuridão...


ando devorando a noite
Ela consumindo meus dedos
E dando a esperança
De saber que ainda existe sol
Enquanto meus nervos estirados
Estão prontos pra um ataque em mim.

Um comentário:

  1. o que eu mais gosto na sua escrita é sua descostura, isto é, uma forma de remoldar a realidade e devolvê-la como um pono remendado...

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eu não sonhei, sonhei.