quarta-feira, 7 de abril de 2010


Izabel abortou-se. Era lilás no céu, seu medo, às 2h00 da madrugada. Ninguém viu, ouviram um grito abafado. Era Manhã. Lembrou sina. Não toca. Nem Sente. Izabel esquecer-se em mim, dura, Magoada, ressentida. Frágil. Quase menina, quase gente, quase enfim, não sobrou nada. Nem começo um quase. Izabel fugiu por mim. Me abortei em Izabel. E fui embora dela dias depois ela de mim. mata saudade. Não quase Izabel. Ela, sim. O útero morreu na maciez da nuvem que não pari.
Izabel tinha um quase nome, um quase endereço antes de sair de mim. abandonada. Como ela morreu véspera de um dia Fim. "Quase teve espasmos, quase morreu," E eu não chorei, quase; Izabel. Na barriga Já berrava de madrugada e cegava de canseira de tantas noites, mal, tão inocente, dormidas, eu, um quase. E amei Izabel. Fingi que não existiu. Inventei para não estar aqui. Os ouvidos doíam, em prece, de quase mãe. Me ensinaram amar Izabel para poder me odiar por não amá-la, e depois morrer...

4 comentários:

  1. ...lindo nome, Isabel.
    mais bela do que a dor de noites mal dormidas.
    mais leve do que a dor de inventar ...
    inventar o "quase mãe".
    texto sofrido, belíssimo.
    bjs

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  2. esse poema me parte em dois, dani. um de mim acha ousado, lindo, intenso, simples, como toda boa arte. outro de mim, fica com o coração na mão, apertado apertadinho, pensando em você, preocupado com você. xko

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  3. que lindo e cortante, dani...

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  4. rs é amor desafiando ser amado sem dar a chance de ser...
    O grande teste de Isabel ser amada...sem ter de te amar..e vc tira 10...
    Esse é o ápice que o mundo precisa!
    Amo vc.
    *Si*

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eu não sonhei, sonhei.