quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

e um dia longo. um dia inteiro. e as palavras se aprontam.
me presenteiam:

uma gota pingando no chão no escuro da casa. fundo de casa.
junta A um bicho escondido no mato, no seu barulho, que repercute nos ouvidos zonzos de saudade. repete o som da sua vida. existência. parece metal. tenho saudade de um som que nunca ouvi. muita saudade do seu ombro.

o som da sua existência. lembrei do Sartre confundindo um queijo com algum objeto que orna a casa. em algum livro que não li. nem lembro o nome.

de tanto que existe parece névoa, que existe, e névoa é o amor.

e não orna a casa nem é queijo. e não é - nenhuma confusão com objetos de um livro que não li.

existir tanto pra não existir jamais. existir por completo pra não ter mais que existir.

ontem choveu aqui. achei uma livraria. e um livro:

...

"Alguns dias depois o nosso gato subiu

na minha mesa, acomodou-se no meio da papelada, fez romrom

e fechou os olhos. Pousei a caneta, acariciei-lhe a cabeça

e disse baixinho, Não conte a ninguém, mas descobri, a

bolha de sabão é o amor." (Lygia Fagundes Telles) ...

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eu não sonhei, sonhei.