sábado, 22 de junho de 2013

Xícaras

                                                                            
                                                                              1.
1.




2.
 
 
[xícaras, 1., e,  2. há um ano faço aula de cerâmica. essas xícaras produzi nesse intervalo de tempo. a primeira em maio de 2012 e a segunda em maio de 2013.  o mesmo barro. os mesmos esmaltes retirados com sabedoria e respeito da natureza [pela minha professora] as mesmas mãos. e o tempo. o tempo. delicado tempo.]

8 comentários:

  1. todo processo é artesanal. absolutamente artesanal. até o torno é manual (sem utilização de energia elétrica). e a segunda está cheia de chá de jasmim. que tomo esta manhã. o brilho do esmalte retirado das pesquisas com a própria cinza da queima não dá pra ver na foto. mas é muito belo.

    a técnica utilizada pela professora se chama: tebineri.

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  2. enquanto isso
    teço.

    o tear manual espera

    os nós se desfazerem em mim

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  3. a professora (adriana tiba) tem paciência pra ouvir meus esquecimentos.

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  4. reminiscência marxiana: talvez as mãos já não sejam as mesmas, encobertas agora com uma segunda pele tecida com fios invisíveis da memória do primeiro fazer, da primeira xícara, do primeiro (delicado) tempo; as mãos antigas modelaram a primeira xícara e forneceram-na ao olhar; as mãos antigas modelaram-se na xícara originária; as novas mãos deram-te uma segunda xícara; deram-te uma artesã; deram-nos suas imagens e mais três poemas, escritos nas dobras do espaço virtual; o brilho proustiano da segunda xícara devolveu-me a lembrança dos manuscritos de marx, a discussão sobre o ouvido que descobre a música e forma-se como ouvido sensível à musicalidade, um novo ouvido; uma nova dani que descubro à distância e misturo com minhas reminiscências da dani de outrora, presente nas escadarias e no saguão de minha memória. "o tempo. delicado tempo". xko.

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  5. é isso, xiko.
    as mesmas mãos esculpindo a essência.

    depois posto outras fotos do meu trabalho.

    mas manda teu end. que quero retribuir o livro do saramago.

    com um trabalho meu.

    bj

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  6. xiko.

    e o absoluto silêncio que
    a argila devolve

    ao nos devolve

    nesse processo a mãos lentas tremem, frágeis,

    até não mais tremer.

    p.s: e me chamaou atenção, é que o extermo não muda,

    e no meu caso reeaprendo todo dia. pois esqueço a sequência do fazer. não mudamos nem a técnica nem os instrumentos do trabalhoo.

    só o que levamos dentro de nós...
    a argilo no liga a terra. a cura da terra.

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  7. no princípio era as mãos...

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    Respostas
    1. a mulher era as mãos do homem
      nos cabelos a erguer o alçapão das palavras.

      bj

      obrigada por comentar.

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eu não sonhei, sonhei.