segunda-feira, 20 de maio de 2013

imagem: Helga Aichinger.

das palavras: ânfora e cântaro.

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uma vez caí num poço. soterrado. estava brincando e sumi dos olhos dos meus pais. como um animal numa armadilha. com os braços fiz uma âncora e fiquei pendurada. nesse dia nasceram minhas asas. sobre as asas e os inconvenientes que elas me causam - conto depois. mas adianto: as asas nasceram das ferrugens da âncora.

ii.

na folha do caderno não desenhei um "s". o caderno virou uma árvore. tudo depois que as asas apareceram. do cântaro vazou um poema em si.



observação: ânfora: uma âncora de águas, essências, perfumes.

Um comentário:

  1. ícaro e neptuno numa viagem de traço só: por que será que zeus, do alto da sua absoluta perfeição, não previu tal combinação?
    [talvez até ele tema ser superado por um outro deus que lhe seja maior - cântico em si menor].

    abraço, dani!

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eu não sonhei, sonhei.