terça-feira, 25 de janeiro de 2011

de samuel e ana.

o sal seca a pele lembrança do mar
à flor que esmigalhou na minha boca, enquanto a brisa era uma só, sombra dos teus pés


amar não é como tocar o sino
 ou ligar-se ao toque dele repetidas vezes
ao mover os pés com medo
 de que não irá tocar mais;
derreter a crença;
tapar os ouvidos
às muitas vozes sentadas no pátio:


- trazendo os sinos dos seus lugares em hora marcada.


antes. acender o som com os olhos.  do sol, a lágrima. da ardência, o choro.


assim, do sol o que queima a retina.


De Samuel e Ana, a existência. No pátio, em algum caminho, entre as paredes do hospício. por se tocar uma injeção na veia e um sono. Uma tarde enrugada de sono. na pele  um sino que não existe.
Tem terra vermelha caindo sobre uma proteção destas que não precisamos e mesmo assim esculpimos.


quando sinto medo me encolho e durmo. só.
lamento
os olhos perfurados de céu.

2 comentários:

  1. O que chega a mim são apenas teus soluços... um dia,talvez, meus ouvidos entenderão o que diz teu pranto...

    Bijinho carinhoso de Luz, linda!

    ResponderExcluir
  2. Dani...

    Meu aniversário foi dia 23 de janeiro... No dia 25, quando estava concentrada organizando tarefas, o perfume das rosas que ganhei chegou até mim, convidando-me a escrever o texto... Não houve como recusar...

    Obrigada pelos sorrisos que deixas no Luz...

    Venho aqui pelo prazer de te ler, apesar de ter a impressão de que usas propositalmente as palavras (na maioria dos casos) como muros altos a encerrar teus sentimentos e pensamentos... eu só consigo saber que eles estao aí, mas não os vejo... Talvez seja essa sua intenção... ou não...

    Perdoe os meus limites...

    Um beijinho luminoso sempre...

    ResponderExcluir

eu não sonhei, sonhei.