Teve um tempo o medo. O medo teve o tempo. E o tempo se fazia menor, por medo. E o medo teria de ser maior, por menores que fossem meus medos. Era quase um suspense para ligar o que queria dizer, então não, pra não dizer o medo. Maior quando não dito. Somente tido, ele a mim. Por dizer, menor, explícito. O medo era dono de mim. Sem ele não existia, por medo de existir. Mas tudo isso em mistério. Porque senão seria (des)medo. Dez (medos) listei, forte, com a caneta. Hoje não senti medo. Pois nunca duvidei do medo. Desisto, (des)existo. Não era erro, era um começo que nunca começava. Mas a demora sabia. Comece medo porque nunca vai ter fim. E a demora ficou dona do medo. E neste mandava, implacável. Quando começar nunca mais terá medo. Agora toda vez que sinto lembro-me do primeiro sentimento: ‘o medo’. Outros vieram a comer na mesma mesa. Uns dominados, outros dominadores. O certo é que o medo me guia. Refere-se a mim. Então, agradeço ao medo que me pariu. Agradeço ao medo por fazeres (a mim) sua senhora, amém.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
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medo fiel companheiro.
ResponderExcluirinusitadamente eu descobri que a demora é dona do medo,
e eu entendi.