eu dor
tu a(n)dor
tua beleza é movimento.
tormenta que dança.
balé em sina
pura estética
que arranha seu
dorso, funde meu corpo
dor só
gesto, corpo extático
toca, tateia caminhos
na manhã que se-para
nós
galhos queimados amarrando o céu
quarta-feira, 19 de maio de 2010
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A QUEIMADA
ResponderExcluirQueime tudo o que puder :
as cartas de amor
as contas telefônicas
o rol de roupas sujas
as escrituras e certidões
as inconfidências dos confrades ressentidos
a confissão interrompida
o poema erótico que ratifica a impotência
e anuncia a arteriosclerose
os recortes antigos e as fotografias amareladas.
Não deixe aos herdeiros esfaimados
nenhuma herança de papel.
Seja como os lobos : more num covil
e só mostre à canalha das ruas os seus dentes afiados.
Viva e morra fechado como um caracol.
Diga sempre não à escória eletrônica.
Destrua os poemas inacabados,os rascunhos,
as variantes e os fragmentos
que provocam o orgasmo tardio dos filólogos e escoliastas.
Não deixe aos catadores do lixo literário nenhuma migalha.
Não confie a ninguém o seu segredo.
A verdade não pode ser dita.
Lêdo Ivo
belo movimento em ritmo dor-só. bjs
ResponderExcluiroi, anônimo, seja bem-vindo...
ResponderExcluirme lembrei deste poema que li outro dia...:
"hoje sonhei ser segredo,
seu segredo,
algo distante de mim.
aquilo que mora no pulmão do maestro,
enquanto pausa, enquanto lembra, enquanto espera o som.
sonhei ser antes da pintura da nave,
antes da tinta ou das mãos,
antes da ideia.
sonhei ser segredo,
seu segredo."
Adriana Versiani
Ouro Preto, MG.
abraços, obrigada pela poesia.
má,
tá sumida,
saudadinha...