sexta-feira, 18 de junho de 2010

entrelinhas: sublime perdão, não quero ter razão.

aflita, com medo,

e pra completar chorosa, chorosa é quase igual chuvosa.


O dia está chuvoso....

Sub-linhas:

Peço perdão – meninas aquele momento em que o laudo apresentou, detalhe.

Elas se encontram à margem
penso nos objetos. a maca, pintada com tinta amarelinha, não tem colchão. é um ferro. e gelado.


a sala, a sala é pequena, sem janelas. úmida. todo lugar fica úmido e gelado por conta da sala e do ferro.

tem uma espécie de janela, digo espécie, porque se o ar-condicionado chegar, o buraco será tapado. de lá entra luz, sol. tem grade que no futuro segurará o aparelho.

A luz imprime, recordo das meninas que estão longe, Abrigo, silêncio, remédios que controlam o humor.

Acalmam
Quando o que querem é fazer carícias entre elas.
Ela quer um livro de poesia. numa levei,

agora tremo.



vão da entrada, na entrada tem uma rampa, imensa. perigosa.

laudo: virgem.

O teu homem vermelho
atendentes que ficam atrás de grades,

imaginei, deve ser por conta do público do lugar. quanta imaginação

vamos ao público do lugar



pessoas

com vida

semi vida

sem vida



sinto dores nas costas quando tremo. meu corpo contrai-se


hoje mesmo encontrei com ele. Nos corredores do poder. não me olhou, ainda bem.


meu estado é mínimo, Estado mínimo. um máximo dentro de mim

e ele, estado, dentro delas.



fomos prontas, fechadas. temos problemas, pessoas, semi-vivas

entrelinhas, tenho medo.

queixa:



- demora

- exposição na espera.



saída:



organizar o tempo de atendimento.





choro. o homem cansado. mela os olhos, chora. contando histórias do dia-dia.



não, não quero ter razão.

sim, peço desculpes pelo meu tom, aquele, cínico que te irritou.



a forma agressiva.

(bom, perdoar é sublime, maior,

e afinal foi vítima: abusada na infância, agredida pelo marido, etc...., e tem histórico médico, e os corredores dizem -

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eu não sonhei, sonhei.