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[xícaras, 1., e, 2. há um ano faço aula de cerâmica. essas xícaras produzi nesse intervalo de tempo. a primeira em maio de 2012 e a segunda em maio de 2013. o mesmo barro. os mesmos esmaltes retirados com sabedoria e respeito da natureza [pela minha professora] as mesmas mãos. e o tempo. o tempo. delicado tempo.]
todo processo é artesanal. absolutamente artesanal. até o torno é manual (sem utilização de energia elétrica). e a segunda está cheia de chá de jasmim. que tomo esta manhã. o brilho do esmalte retirado das pesquisas com a própria cinza da queima não dá pra ver na foto. mas é muito belo.
ResponderExcluira técnica utilizada pela professora se chama: tebineri.
enquanto isso
ResponderExcluirteço.
o tear manual espera
os nós se desfazerem em mim
a professora (adriana tiba) tem paciência pra ouvir meus esquecimentos.
ResponderExcluirreminiscência marxiana: talvez as mãos já não sejam as mesmas, encobertas agora com uma segunda pele tecida com fios invisíveis da memória do primeiro fazer, da primeira xícara, do primeiro (delicado) tempo; as mãos antigas modelaram a primeira xícara e forneceram-na ao olhar; as mãos antigas modelaram-se na xícara originária; as novas mãos deram-te uma segunda xícara; deram-te uma artesã; deram-nos suas imagens e mais três poemas, escritos nas dobras do espaço virtual; o brilho proustiano da segunda xícara devolveu-me a lembrança dos manuscritos de marx, a discussão sobre o ouvido que descobre a música e forma-se como ouvido sensível à musicalidade, um novo ouvido; uma nova dani que descubro à distância e misturo com minhas reminiscências da dani de outrora, presente nas escadarias e no saguão de minha memória. "o tempo. delicado tempo". xko.
ResponderExcluiré isso, xiko.
ResponderExcluiras mesmas mãos esculpindo a essência.
depois posto outras fotos do meu trabalho.
mas manda teu end. que quero retribuir o livro do saramago.
com um trabalho meu.
bj
xiko.
ResponderExcluire o absoluto silêncio que
a argila devolve
ao nos devolve
nesse processo a mãos lentas tremem, frágeis,
até não mais tremer.
p.s: e me chamaou atenção, é que o extermo não muda,
e no meu caso reeaprendo todo dia. pois esqueço a sequência do fazer. não mudamos nem a técnica nem os instrumentos do trabalhoo.
só o que levamos dentro de nós...
a argilo no liga a terra. a cura da terra.
no princípio era as mãos...
ResponderExcluira mulher era as mãos do homem
Excluirnos cabelos a erguer o alçapão das palavras.
bj
obrigada por comentar.