sábado, 12 de fevereiro de 2011

orvalho de todos nós, me molhe, por favor

as formigas escorrem
 das mãos do homem grávido, da mulher,
andante da madrugada, orvalho de todos nós,
condenado ao vômito do menino,
as folhas no banco do jardim
à mão do homem, das folhas secas que nascem do vento,
na secura do sorriso vaginal da mulher condenada a andar
condenada ao filho 
das formigas 
nascidas nas mãos dos homens
grávidos de madrugada
grávidos de crepúsculos,
em círculos 


grávidos dos pés, que andam,
mas não sonham mais
.


que limpam folhas nos bancos perdidos 
aonde o menino vomita

 bagunça de mundo:
um corredor pra você não me olhar

é fácil - escreva esta história, faça um filme, use uma gramática virgem vestida de noiva 
de branco, laranjeiras,
:
6 pessoas que se visitam no sábado de manhã (...)
em segundos: vomitam, choram, e fazem um filho que não existe.
pela lógica o tempo da visita vai determinar o quanto a mulher é fértil
e a cicatriz na garganta vai morar aqui em casa, junto à violeta e ao orvalho, de todos nós.


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eu não sonhei, sonhei.