Está na cara que eu sou má. A seqüência de palavras, você, desconheço, assoprou no meu ouvido. Está na cara que eu sou má. E eu prendi palavra por palavra. Retive. Represei na garganta. Deixei, clausura, no meu coração. Está na cara que eu sou má. Tão óbvio. E sei o que não devo dizer e digo. Não deixo nascer, deixo na espreita, só pra não conseguir lembrar. Fica lá, esquecida, e é tão claro, sou má. E dou minha cabeça porque fica pesada, pra doer mais, e meus olhos entram facas, leves, que pesam seu contorno. Só pra eu ter certeza que eu sou má. E finjo que sou má. Para que pense que talvez não seja. Mas te digo: sou má mesmo quando finjo ser.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
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há um punhal embaixo da minha asa...
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