lendo poesia, domingo,
o corpo suspenso.
rabisco antes de dormir algo que esqueço
depois
complexo demais
não guardo em palavras
o que guardo de você
no fundo dos olhos
me pertence
então,
traço dentro de mim
o silêncio
terça-feira, 29 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
(céu de americana da janela)
rasuras comprovadas através da observação
sem método
no dente
da ação dos gatos,
no zero,
gravidade, da lua
(passo os dias estudando a rasura dos céus)
possível graças, por graça,
do silêncio das árvores
no ouvido:
- passo as horas te esquecendo.
domingo, 27 de março de 2011
jardim dos lírios:
pro gato
rasurar o céu
ps. (árvore em frente à casa de Ana. adoro esta plumagem no rosto, parece gato, aliás, os gatos moram nela.)
sábado, 26 de março de 2011
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro
Um arco-íris de ar em águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.
Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.
* * *
(hilda hilst)
quarta-feira, 23 de março de 2011
fala comigo hoje,
como ontem,
se aproxima,
noite em claro
boca amarga de dia.
(para o Felipe.)
como ontem,
se aproxima,
noite em claro
boca amarga de dia.
(para o Felipe.)
terça-feira, 22 de março de 2011
caminho pros teus olhos
pra depois sentir o medo de perto
...
a certeza
de escrever através
desse espaço infinito que nos separa
o medo que pertence ao outro
nesse infinito que nos separa
através -
escrevo com tuas mãos
sexta-feira, 18 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
hoje escutei uma Maria dizer:
- "um livro aberto, vazio, é a boca de deus."
ontem foi Luiza:
- "estou pesando o ar"
como?
- pensando...
e meu olho de passagem, corrói, a parede.
- "um livro aberto, vazio, é a boca de deus."
ontem foi Luiza:
- "estou pesando o ar"
como?
- pensando...
e meu olho de passagem, corrói, a parede.
terça-feira, 8 de março de 2011
(desenho, dani)
naquela noite em que me via de fora
do que lembro
são as imperfeições
aquelas que me ensinou a amar
com o lápis nas mãos.
ps. eu adoro a Rita lee. pro dia de hoje seria melhor "pagu", mas vou ficando com -"minha vida" .
sexta-feira, 4 de março de 2011
as paredes do quarto comprimem
a umidade entra no vão
no gesto das mãos
eu me encolho pra sentir você
você que não há
que é um verso lido de alguém
você que é um verso
a pele absorve
você que não vem
num sol
manhã claustrofóbica.
e a sandália vermelha no canto, vazia
Assinar:
Postagens (Atom)