segunda-feira, 30 de julho de 2012

 
 
 
procure nas unhas

no mais escuro

em tudo que reluz
.

aquilo que amo em você
.
no barulho da concha

que não existe de onde olha

no chão duro

nas pontas dos seus dedos

no lábio que neguei

me encontre no olho do dragão

sem resposta.

do amor que guardei no seu coração

domingo, 29 de julho de 2012


sabe aquela sensação de ter vivido em dois dias
mil anos

e acordar descansada
ainda que partida em dois?

quinta-feira, 26 de julho de 2012

                                                                              equilíbrio

tudo de pequeno
que sente o peito

abre pulmões para o ar

faminto.

quarta-feira, 25 de julho de 2012




I

Que  este  amor  não  me  cegue  nem  me   siga.
E  de  mim  mesma  nunca  se  aperceba.
Que  me  exclua  do  estar  sendo  perseguida
E  do  tormento
De  só  por  ele  me  saber  estar  sendo.
Que  o  olhar  não  se  perca  nas  tulipas
Pois  formas  tão  perfeitas  de  beleza
Vêm  do  fulgor  das  trevas.
E  o  meu  Senhor  habita  o  rutilante  escuro
De  um  suposto de heras em alto muro.
Que  este  amor  só  me  faça  descontente
E  farta  de  fadigas.
 E  de  fragilidades  tantas
Eu  me  faça  pequena.
diminuta  e  tenra
Como só soem ser aranhas e formigas. Que este amor só me veja de partida.

II

 E só me veja

Hilda Hilst

sexta-feira, 20 de julho de 2012





o sol atravessa a folhagem
e  esquece a estação.

sábado, 14 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

era uma vez um homem.
era uma vez uma vontade de caminhar com ele.
era uma vez uma vez.

sábado, 7 de julho de 2012

o menino sofria de imensidão. engaiolado. o seu aroma corroía as grades. as grades emprestavam ao rio o medo. o medo voava pela cidade. um dia o rio viveu

segunda-feira, 2 de julho de 2012

i,

fala mansa o poema
nesse corpo
deitado de azul
 os pés na friagem da
terra. te trago losna para dourar a alma que contém.

ii,


na noite abriu meus seios entre uma nuvem e outra
céu azul.
 foi mil homens debruçado no ventre nu.