quinta-feira, 21 de outubro de 2010


(um sonho)


era natal, todo natal. e o natal andava pela casa. ela anda pela casa. e suas pernas andavam pela casa. e formigas andavam nas suas pernas, que andavam pela casa.

esqueceu da casa enquanto andou pela casa na noite do natal. de uma estrela no céu. do céu. em céu. rua céu. carrossel. margem céu.

e céu

por que pensar ir pro céu. é ir pro céu.
quando anda pela na hora em que anda

- a faz



ausente, adormecida, entorpecida



e azul. ela mora azul neste céu



sem sentir a certeza da casa. de andar. de céu", sim, do céu". em formigas.



nas vozes que cantavam o natal nesta casa sua cabeça ficou. e suas pernas?



ainda andam por entre cassas e céus,


entrecortadas


todos minutos andam na cabeça dela que é a casa e o natal, este.


as formigas andam nas calçadas e o musgo cresce nos vãos



eu piso o pé na calçada e penso que não deveria lembrar da noite que andei pela casa



e esqueço das formigas que andam nos vãos do chão em cima do musgo

tenho certeza que neste dia andei por toda casa e sabia do céu da casa e do natal. e ninguém viu. e o musgo.

Um comentário:

  1. Rico o texto. Gosto. Do céu. Do meu céu. Carrossel, que gira em torno de si mesmo e sempre volta pro mesmo lugar. Talvez seja este o siginificado. Bjos.
    Caio S.

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eu não sonhei, sonhei.